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Terça-feira, 29 de Abril de 2025

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Após prisão de facção evangélica em BH, religiosos afirmam: 'Não nos representam'

Megaoperação das forças de segurança contra o Terceiro Comando Puro (TCP) resultou na prisão de 14 integrantes da organização criminosa

Benê Barbosa
Por Benê Barbosa
Após prisão de facção evangélica em BH, religiosos afirmam: 'Não nos representam'
O TEMPO - MINAS GERAIS
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Bíblia era usada pelos criminosos para conquista de território

Após a prisão de membros, nesta quarta-feira (27 de novembro), de uma facção evangélica que se instalou no Cabana do Pai Tomás, na região Oeste de Belo Horizonte, líderes religiosos afirmam que esse tipo de ação criminosa não tem qualquer relação com os princípios pregados pelas igrejas cristãs. A pastora Daniela Linhares é enfática ao declarar: "Eles não nos representam."

Uma megaoperação das forças de segurança de Minas Gerais contra o Terceiro Comando Puro (TCP) — facção carioca que atuava na capital mineira — resultou na prisão de 14 integrantes da organização criminosa, incluindo 10 líderes com vasta atuação no Estado.  

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"A atuação [desses criminosos] não condiz em nada com aquilo que pregamos e não nos representa. Eles não têm credibilidade e precisam realmente ser desarticulados. Isso tem gerado uma grande revolta no nosso meio, porque pastores sérios não submetem as pessoas a isso [ao mundo do crime]. Pelo contrário, estão debaixo de uma liderança ética e comprometida", afirmou Daniela. 

De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a direção do TCP em Minas foi desmantelada, embora três investigados continuem foragidos. Apesar de a facção explorar versículos bíblicos e símbolos evangélicos como forma de domínio na comunidade do Cabana, nenhum dos investigados exerce liderança em instituições religiosas, segundo o órgão. No aglomerado, contudo, a estrela de Davi — presente na bandeira de Israel — e menções a Deus são amplamente utilizadas como estratégia de manipulação. 

A pastora Daniela orienta os fiéis a terem cuidado com aqueles que se autointitulam líderes religiosos e destaca a importância de que sigam padrões de "ética e conduta cristã". 

"É importante falarmos para quem está se aproximando das igrejas e se identificando com a fé: prestem atenção nesses líderes. Hoje, os nossos pastores não são simplesmente pessoas que chegam e dizem: 'Eu sou pastor'. Não. Nós verificamos o histórico deles. Eles precisam servir, demonstrar comprometimento e mostrar que realmente têm uma vida transformada", explicou Daniela. 

Ela também detalhou o processo de preparação de líderes religiosos: "O pastor passa por um período probatório. Conversamos com a família, acompanhamos a esposa; não é algo imediato. Observamos homens que se intitulam pastores, líderes, e começam a pregar”, diz ela.

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