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Quarta-feira, 26 de Marco de 2025

Policial

Bolo envenenado no RS: suspeita é encontrada morta na cela

Informação é do chefe da Polícia Civil. Deise Moura dos Anjos estava presa temporariamente em Guaíba. Investigação vai apurar circunstâncias da morte.

Benê Barbosa
Por Benê Barbosa
Bolo envenenado no RS: suspeita é encontrada morta na cela
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Deise Moura dos Anjos, suspeita de matar três pessoas da família do marido após comerem um bolo de frutas cristalizadas envenenado com arsênio, escreveu um recado antes de ser encontrada morta dentro da cadeia. A informação é do chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré, em entrevista à RBS TV, nesta quinta-feira (13).

"Ela deixou um escrito, que nós estamos apurando ainda detalhes, no local. Tipo um desabafo, se dizendo inocente, dizendo que era uma pessoa que estava em sofrimento, em depressão", afirmou Sodré.

Deise estava presa temporariamente desde 5 de janeiro. Ela ficou um mês no Presídio Estadual Feminino de Torres. A prisão foi prorrogada pela Justiça e, em 6 de fevereiro, ela foi transferida para Guaíba por questões segurança.

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A mulher estava sozinha na cela e usava o uniforme de detenta. As circunstâncias da morte serão apuradas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). A suspeita é de suicídio.

Presídio teria sido avisado de riscos

 administração do presídio teria sido alertada um dia antes do ocorrido sobre o risco de Deise tirar a própria vida. Um advogado da família do marido da suspeita foi ao presídio e informou a decisão do homem em formalizar o divórcio. A partir daí, ela teria apresentado alterações no comportamento.

A Polícia Penal afirma que Deise "recebeu três atendimentos psicológicos na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, além de dois atendimentos com a equipe de saúde". A pasta informou ainda que "a rotina de inspeção é permanente" e que são feitas revistas diárias nas celas. (Saiba mais abaixo)

A defesa de Deise informou que vai se manifestar em entrevista coletiva, que será realizada durante a tarde.

De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde alguns dias antes do natal, quando começaram a passar mal após comer fatias do bolo. Zeli dos Anjos, que preparou o doce em Arroio do Sal e levou para Torres, também foi hospitalizada. Ela era sogra de Deise e alvo do envenenamento, segundo a Polícia Civil.

Entenda quem é quem no caso do bolo em Torres

Três mulheres morreram no intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital. Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte divulgada "choque pós-intoxicação alimentar".

Zeli dos Anjos sobreviveu e recebeu alta do hospital em janeiro deste ano. Segundo o delegado Marcus Veloso, responsável pela investigação, ela foi a única pessoa da casa a comer duas fatias. Uma criança de 10 anos que comeu o bolo também sobreviveu e já recebeu alta.

Segundo o delegado Marcus Veloso, Zeli dos Anjos, sogra da suspeita, era o principal alvo dos envenenamentos.

"O principal alvo dela era a Zeli. Ela estava no dia 2 de setembro, quando ela fez o café com leite em pó e tudo mais (saiba mais abaixo), junto com seu marido, e também estava no local em que Zeli fez o bolo em Arroio do Sal e ela também consumiu o bolo e também foi para o hospital", diz o delegado Veloso.

A morte do sogro

Depois do caso do bolo ser revelado, a polícia passou a investigar se Deise teria envolvimento também na morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro, supostamente por intoxicação alimentar. Ele foi marido de Zeli.

A polícia exumou o corpo dele, e exames constataram que ele ingeriu arsênio antes de morrer. Ele morreu de infecção intestinal após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele pela nora.

Nota da Polícia Penal

A Polícia Penal informa que a apenada Deise Moura dos Anjos recebeu três atendimentos psicológicos na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, além de dois atendimentos com a equipe de saúde. Na unidade, três psicólogos estão lotados para fazer atendimento.

Informa ainda que a rotina de inspeção é permanente, com a presença de servidores da Polícia Penal próximos às celas. Assim como em outras unidades prisionais, são feitas conferências em diversos momentos durante o dia. Além disso, agentes penitenciários realizam revistas diárias nas celas.

Cabe destacar que, desde 2019 até o final deste Governo, será investido R$ 1,41 bilhão de reais na reestruturação do sistema prisional gaúcho, viabilizando assim a construção de novas unidades prisionais, aquisição de equipamentos e novas tecnologia. Além disso, foram nomeados, desde 2019, mais de 3900 servidores para a Polícia Penal.

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