A investigação sobre o caso das toneladas de carnes que ficaram submersas durante a enchente histórica do Rio Grande do Sul aponta que a empresa Tem Di Tudo Salvados vendeu peças estragadas como se fossem nobres e vindas do Uruguai. As informações são do g1.
A empresa localizada em Três Rios (RJ) repassou as carnes para o mesmo frigorífico que vendeu as 800 toneladas do material podre — que deveria ter sido transformado em ração animal. Essa carne foi lavada para retirar os resíduos de lama e depositada em caixas que simulam marca uruguaia, de acordo com a Delegacia do Consumidor (Decon-RJ).
A carne foi vendida como própria para consumo e quatro pessoas foram presas. As investigações começaram depois que a empresa que realizou a venda procurou a polícia para relatar que comprou a carne estragada de volta como se estivesse boa.
Segundo a polícia, a peça em questão foi vendida para um frigorífico de Nova Iguaçu, que revendeu para empresas de Minas Gerais. A carne acabou sendo oferecida de volta para o produtor de Canoas (RS), por coincidência, onde tinha ficado meses debaixo d’água.
O produto chegou ao Rio Grande do Sul com aspecto de podre. Pelos lotes da embalagem, o produtor notou que se tratava do mesmo material.
A polícia tenta encontrar as outras empresas que compraram a carne sem saber de seu conteúdo impróprio. O rastreio é feito através de notas fiscais apreendidas. A polícia também encontrou centenas de caixas de medicamentos e teste de Covid vencidos, além de cigarros e produtos de beleza.
A Tem Di Tudo é autorizada a fazer o reaproveitamento de produtos vencidos. A empresa alegou aos produtores gaúchos que a mercadoria seria transformada em ração animal. Mas a Decon-RJ apurou que pacotes de carnes foram postos à venda para açougues de todo o país.
“Até onde a gente sabe pelas investigações, a carne foi transportada para diversos outros compradores que não sabiam da procedência. Foram 32 carretas que saíram do Sul para diversos destinos do Brasil”, afirmou o delegado Wellington Vieira.
Comentários: