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Terça-feira, 15 de Outubro de 2024

Saúde

Epidemia de dengue põe a enfermagem mais uma vez à prova

Em artigo na revista Carta Capital, Betânia Santos fala sobre a epidemia de dengue

Benê Barbosa
Por Benê Barbosa
Epidemia de dengue põe a enfermagem mais uma vez à prova
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Os aprendizados da pandemia devem reforçar protagonismo da profissão do cuidado, especialmente na prevenção pela vacina e no combate à desinformação. Confira artigo da presidente do Cofen na revista Carta Capital

As cicatrizes de quatro anos de Covid-19 ainda estão à flor da pele, mas o sistema público de saúde do Brasil se vê, mais uma vez, pressionado pelos impressionantes novos números de uma conhecida ameaça. O crescimento da dengue em 2024, uma doença com epidemia sazonal no país desde os anos 1980, mostra que a Enfermagem precisa reafirmar protagonismo na atenção primária em Saúde.

Até o momento, mais de 1,3 milhão de casos de dengue foram registrados. Os estados de Minas Gerais e Goiás – e especialmente o Distrito Federal, cujos números relativos são mais expressivos – mas ainda dezenas de municípios do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amapá e Bahia receberam auxílio emergencial do governo federal para combater o crescimento de infecções pela doença. No DF, o crescimento supera a casa dos 1000%. Nos lugares onde ela sempre foi endêmica as infecções pela doença são mais graves e longas, sobrecarregando as casas de saúde. Nas regiões onde não representava ameaça até um passado recente ela virou epidemia.

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As mortes de pacientes têm sido contadas às centenas, em alguns casos vidas jovens e sem comorbidades tiveram fim trágico. A boa novidade é que o país já pode contar com o imunizante de fabricação nacional. E a Enfermagem está na ponta desta cadeia de combate à doença aplicando as doses nos postos de saúde.

No entanto, o comparecimento escasso mostra que algumas lições da pandemia não foram aprendidas – pelo contrário, o discurso contrário às vacinas pegou. Pela baixa adesão, o público-alvo da campanha foi ampliado dos 10 para 14 anos em Goiás. Em lugar de levar seus filhos para se vacinar, os pais recorrem a soluções caseiras, como chás milagrosos e outras inverdades difundidas pela internet.

Os prejuízos à saúde e a sobrecarga dos hospitais pela dengue vêm mostrando que estamos diante de uma era de grandes surtos de doenças contagiosas. Tais desafios comprovam mais uma vez que a Enfermagem precisa reafirmar seu protagonismo na atenção primária de Saúde e no combate às desinformações que podem levar à morte.

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) divulgou nota técnica definindo que o profissional de Enfermagem deve orientar, encaminhar, coletar e registrar dados da forma mais detalhada possível no prontuário do paciente e destacou as competências e as prerrogativas do enfermeiro no atendimento ao paciente com suspeita ou diagnostico com dengue.

Betânia Santos

Presidente do Conselho Federal de Enfermagem

 

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