A ministra da Saúde, Nísia Trindade, defendeu hoje (29) a criação de uma coalizão para a produção local e regional de vacinas e medicamentos em países e regiões que têm dificuldade de acesso a esses imunizantes. A proposta, em debate no Grupo de Saúde do G-20, é uma das principais contribuições do Brasil para a reforma da arquitetura global da saúde.
Ministros da Saúde do G-20 estão reunidos nesta semana, no Rio de Janeiro, para construir propostas a serem levadas para a cúpula de líderes, que acontecerá de 18 e 19 de novembro na capital fluminense. Juntos, os integrantes do G-20 representam aproximadamente 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial.
O Brasil exerce a presidência rotativa do G-20, principal fórum de cooperação econômica internacional, composto por 19 países e dois órgãos regionais — a União Africana e a União Europeia. Sob o lema “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, as prioridades propostas pelo Brasil G-20 são a inclusão social e o combate à fome e à pobreza; transições energéticas e promoção do desenvolvimento sustentável; e reforma das instituições de governação global.
A primeira prioridade aborda duas dimensões poderosas dos determinantes sociais da saúde. O Brasil deve defender, ainda, a ampliação de estratégias de saúde digital e a criação de um instrumento para lidar com novas pandemias.
O eixo sustentabilidade inclui, na Saúde, a mitigação de efeitos das mudanças climáticas e o fortalecimento do complexo econômico-industrial da Saúde. “Temos trabalhado para reduzir a desigualdade entre os países e aumentar esse acesso. Essa é a principal medida que esperamos ser aprovada. Não é possível continuarmos com a dependência que se verificou durante a pandemia de covid-19, quando muitos países demoraram muito tempo para aplicar a primeira dose da vacina”, afirmou Nísia.
Recrutamento internacional de enfermeiros
O governo brasileiro também manifestou preocupação com o recrutamento internacional de profissionais de Enfermagem. A migração de profissionais altamente qualificados é impulsionada pelas condições de trabalho e de vida; o código da OMS estabelece normas éticas para o recrutamento internacional das equipes de Saúde. O acordo entre o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e a Agência Federal de Empregos da Alemanha para promover migração regulada e segura se encontra suspenso até que haja regulamentação no Brasil.
Fonte: Ascom/Cofen
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