Com esse pensamento, Alexandre Padilha pediu ao Governo de Minas o confisco das doses que estão em poder de empresários e políticos que se vacinaram às escondidas contra a doença em Belo Horizonte
O deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha acredita que há um esquema de tráfico de vacinas contra à covid-19 no Brasil. Nesta quinta-feira (25), ele solicitou ao Governo de Minas o confisco das doses que foram importadas por empresários e políticos com respaldo na lei federal de autoria do senador Rodrigo Pacheco (DEM) e ao invés de doá-las ao SUS, como prevê a legislação, teriam desviado doses e aplicado em familiares e amigos.
De acordo com uma matéria da revista Piauí, veiculada nesta quarta-feira (24), entre o grupo, formado por 50 pessoas, que foram imunizadas com a primeira dose da vacina na terça-feira (23), está um deputado estadual.
“Apresentei de imediato ao Ministério Público de Minas e estou notificando a Secretaria Estadual de Minas e o Ministério da Saúde sobre a necessidade de se confiscar de imediato as doses que estão em poder desses empresários e qualquer outra que esteja em poder do restante dos integrantes desse grupo”, explica.
Padilha completa: “Tudo indica que ocorreram vários crimes. Primeiro, essa é uma vacina que não é produzida no Brasil. Por isso, tem que ser importada. Onde está o guia de importação dessa vacina? É um guia feito junto à Anvisa. Quais lotes foram importados? Quem fez a importação? Qual empresa ou clínica privada de saúde assumiu a responsabilidade de importar a vacina, acondicionar de forma correta e administrá-la de forma correta?”.
O ex-ministro segue com a série de questionamentos sobre a imunização do grupo de empresários e políticos mineiros: “Se não teve nenhuma clínica privada que assumiu essa responsabilidade, quem assumiu essa responsabilidade? Porque os empresários fizeram isso e não cumpriram o que a lei estabelece, que é doar as vacinas para o SUS enquanto as metas não foram cumpridas”.
Ele segue: “Quem cobrou pela vacina? Quem vendeu a vacina? Então, é um conjunto de crimes cometidos e irregularidades cometidas em relação a importação, ao condicionamento sanitário da saúde, a não informação à autoridade de saúde sobre a compra e a não doação das doses para o SUS”, detalha.
Por fim, o ex-ministro da saúde pede que todos os envolvidos sejam responsabilizados. “Esse é um tipo de crime que tem que ser punido. Esses empresários e todos os envolvidos têm que ser altamente punidos. Esse é um crime absurdo e acredito que nós podemos estar descobrindo um fio da meada de um tráfico para abastecimento de camarotes clandestinos de vacinação de covid-19 no Brasil”, pondera.
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