Conhecida como a Capital do Café, a cidade de Cacoal (RO) se tornou assunto em todo o estado não apenas pela força da produção agrícola, mas pelos altos gastos da Câmara Municipal. De janeiro a julho de 2025, os vereadores e servidores já consumiram R$ 903.410,46 em diárias, segundo dados oficiais.
Do total, R$ 387.549,01 – o equivalente a 42,9% – foram destinados exclusivamente aos 12 parlamentares. O montante é considerado elevado, especialmente quando comparado às despesas da Prefeitura de Cacoal, que desembolsou R$ 508.111,87 no mesmo período, pouco mais da metade do gasto legislativo.
A diferença se destaca ainda mais quando analisados casos individuais. O vereador Edimar Kapiche (PSD) é o líder em gastos, acumulando R$ 64.561,05 em diárias, quase três vezes mais que o prefeito Adailton Fúria, que utilizou R$ 22.107,00. Kapiche também foi o que mais viajou, realizando cinco deslocamentos para Brasília, enquanto o prefeito fez apenas três.
Outro dado que chama a atenção é a diferença entre os ganhos dos parlamentares e da população. Em Cacoal, a média salarial não ultrapassa R$ 2.313,00, enquanto cada vereador recebe R$ 13.909,86 mensais, mais R$ 1.000,00 de auxílio saúde e R$ 1.400,00 de auxílio alimentação, totalizando R$ 16.209,86 por mês. Apenas os auxílios já superam o salário médio de um trabalhador da cidade.
O orçamento da Câmara para 2025 é de R$ 16,1 milhões, dos quais R$ 12 milhões já foram repassados. Os gastos com diárias representam uma parcela significativa desse valor, levantando questionamentos sobre transparência e proporcionalidade no uso do dinheiro público
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