A defesa de Flordelis alega que a ex-deputada federal sofreu um princípio de AVC (Acidente Vascular Cerebral) na Penitenciária Talavera Bruce, em Bangu, Rio de Janeiro, na quinta-feira (19). A informação, no entanto, foi contestada pelas autoridades.
A advogada Janira Rocha anunciou nas redes sociais nesta sexta-feira (19) que a pastora teria recebido atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do complexo penitenciário após desmaiar.
A defesa diz que Flordelis, de 65 anos, foi estabilizada e levada de volta à cela, sem acompanhamento contínuo. Segundo a advogada, o quadro de saúde da detenta é grave.
O estado da pastora realmente é grave e inspira cuidados urgentes. A defesa vai trabalhar junto ao juiz de execução para tentar a transferência a uma unidade de saúde que dê conta do seu atendimento. Os próprios médicos da UPA declaram que não têm recursos suficientes para tirá-la do estado em que está”, declarou Janira Rocha.
A advogada ainda revelou que Flordelis não tem mais plano de saúde: “Em primeiro momento, estávamos pensando em transferi-la para uma unidade particular porque ela teria plano de saúde, mas a família nos avisou que já alguns meses deixaram de pagar esse plano por falta de recursos”.
Em nota ao ND Mais, contudo, a SEAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) do Rio de Janeiro desmentiu a declaração da defesa. A pastora teria apresentado somente dor nas costas.
“A SEAP informa que não procede a informação sobre princípio de AVC da ex-deputada Flordelis. Ela foi atendida no Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho e medicada por quadro de lombalgia”, esclareceu a SEAP.
A pastora evangélica Flordelis está presa desde agosto de 2021 por orquestrar o assassinato do marido, Anderson do Carmo, em junho de 2019. Ela teve o mandato de deputada cassado e foi condenada a 50 anos e prisão em 2021.
Não é a primeira vez que Flordelis alega problemas de saúde no cárcere. Em fevereiro deste ano, a defesa tentou usar uma série de questões para conseguir o benefício da prisão domiciliar humanitária.
A ex-deputada escreveu uma carta na cadeia em que disse sofrer de crises convulsivas, insuficiência renal, princípio de infarto, síndrome do pânico, amnésia, problema cardíaco grave, AVC, fobia social e até incontinência: “Me urino toda”.
Na carta de fevereiro, ela também afirmou que ouve vozes e vê vultos com frequência, recorrendo ao crochê para se distrair das assombrações no presídio.
Em vídeo nesta sexta-feira (19), a advogada Janira Rocha voltou a reivindicar o benefício da prisão domiciliar diante do derrame: “Não achamos justo que ela viva essa situação. Achamos inclusive que ela deveria estar em casa, em domiciliar, onde poderia ter atenção de seus familiares e tratar de forma digna sua saúde”.
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