O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), criticou, nesta quarta-feira (17), a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos e disse que as tarifas do presidente Donald Trump atrapalham o Brasil.
"É a primeira vez que eu vou falar disso e eu vou ter que falar toda semana para não ficar ausente, de ver um deputado federal do Brasil, eleito pelo povo de São Paulo, lá nos Estados Unidos, instigando um país contra o meu país. Nunca falei sobre isso. Mas agora está na hora de começar a falar também. Não dá, com todo respeito, para eu aceitar todas essas agressões calado", disse Alcolumbre.
"E, aí, fica de um lado, como é cômodo agredir e dizer que o Brasil é dos brasileiros. E do outro lado fica um nos Estados Unidos dizendo que o Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos da América, vai enviar novas sanções ao Brasil, ao Parlamento, às autoridades, ao Judiciário, ao Executivo, e com tarifa, cobrando e atrapalhando o Brasil", prosseguiu durante sessão na Casa Legislativa.
Para o senador, todos estão "passando um pouco dos limites adequados na boa convivência", citando a resposta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que criou o slogan "o Brasil é dos brasileiros".
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o início do ano, alegando perseguição política e atuando junto à Casa Branca por sanções.
Desde o início de agosto, as exportações brasileiras estão sob uma taxação de 50%. A justificativa de Trump para isto, entre outras coisas, foi um desequilíbrio na balança comercial entre os dois países e uma caça às bruxas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão na ação que apurou um plano de golpe de Estado.
Após o julgamento de Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal), o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, disse que pode impor novas sanções ao Brasil.
Para Rubio, o julgamento de Bolsonaro "é apenas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial que tentou atingir empresas americanas e até pessoas que operam a partir dos Estados Unidos", em referência a determinações do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
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