No dia 29 de setembro é celebrado o Dia Mundial do Coração, uma data voltada à conscientização sobre a saúde cardiovascular e à importância da prevenção de doenças do coração. E, curiosamente, este ano a data caiu justamente em uma segunda-feira — o dia mais temido por boa parte da população. Mas essa preocupação pode ter fundamento: estudos apontam que segundas-feiras são o dia da semana com maior ocorrência de infartos.
Uma pesquisa realizada na Irlanda, pelo Belfast Health and Social Care Trust em parceria com o Royal College of Surgeons, revelou que o risco de um ataque cardíaco grave é 13% maior no início da semana de trabalho. Os pesquisadores investigaram dados de 10.528 pacientes internados entre 2013 e 2018 na Irlanda e Irlanda do Norte. Todos os pacientes apresentaram o tipo mais grave de infarto: o infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (STEMI), que ocorre quando uma artéria coronária é totalmente bloqueada. O estudo revelou um pico significativo desses casos às segundas-feiras, reforçando a necessidade de atenção especial aos fatores emocionais e fisiológicos no início da semana.
Por que isso acontece?
Entre as hipóteses mais aceitas para o aumento dos infartos nas segundas-feiras está o estresse do retorno ao trabalho após o descanso do fim de semana. Outro possível fator é a alteração no ritmo circadiano — o ciclo natural de sono e vigília do corpo humano."O mecanismo exato ainda é desconhecido, mas acreditamos que esteja relacionado à forma como o ritmo circadiano afeta hormônios que influenciam ataques cardíacos e derrames", explica o cardiologista Jack Laffan, líder da pesquisa."O estresse da volta ao trabalho eleva os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, que está ligado ao risco de infarto."
No Brasil, os números também preocupam. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no país, com aproximadamente 400 mil óbitos por ano — o equivalente a uma morte a cada 90 segundos. No cenário global, a World Heart Federation (WHF) estima que mais de 20,5 milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência de enfermidades cardíacas.
Fatores de riso: hipertensão, estresse, sedentarismo e maus hábitos
Um dos principais vilões é a hipertensão arterial. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 45% dos adultos brasileiros entre 30 e 79 anos são hipertensos — um índice muito acima da média mundial, que é de 33%. Embora 62% dos brasileiros hipertensos tenham o diagnóstico, apenas 33% mantêm a pressão controlada, o que aumenta os riscos de infarto e AVC.
Além da pressão alta, tabagismo, sedentarismo, consumo excessivo de álcool, má alimentação e estresse crônico são fatores que contribuem para o agravamento de doenças cardíacas. A SBC ainda estima que 2 milhões de brasileiros convivem com insuficiência cardíaca, com cerca de 240 mil novos casos por ano.
A 80ª edição do Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado de 18 a 20 de setembro de 2025, em São Paulo, reuniu especialistas, médicos e empresas para debater os avanços na área.A empresa G-TECH marcou presença com seu portfólio de equipamentos voltados à monitorização da saúde cardiovascular, reafirmando seu compromisso com a tecnologia acessível para profissionais da saúde e pacientes.“Participar do congresso é fundamental para reafirmarmos nossa posição de liderança e entender as necessidades reais dos profissionais de saúde”, afirma Pedro Henrique de Abreu, gerente de Marketing da G-TECH.Entre os produtos em destaque estavam os monitores de pressão BPGP480BT e LA850BT, ambos com conectividade via Bluetooth, além do sistema MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), ideal para clínicas e consultórios.
Cuidado começa desde o nascimento
A prevenção de doenças cardíacas deve começar desde os primeiros dias de vida. O teste do coraçãozinho, realizado entre 24 e 48 horas após o nascimento, é essencial para detectar cardiopatias congênitas críticas.O exame é simples, indolor e não invasivo, medindo a oxigenação do sangue do recém-nascido. Quando alterações são identificadas, o bebê pode ser encaminhado para exames complementares, como ecocardiograma.
Diferenças entre homens e mulheres
As doenças cardíacas não afetam homens e mulheres da mesma forma. Segundo a WHF, homens tendem a apresentar infartos mais cedo, a partir dos 45 anos, com sintomas clássicos como dor no peito e falta de ar.Já nas mulheres, os riscos aumentam após os 55 anos, devido à queda de estrogênio na menopausa. Os sintomas, no entanto, são menos evidentes — cansaço extremo, náusea e dores nas costas ou mandíbula — e muitas vezes são confundidos com outras condições.Essa diferença de sinais pode atrasar o diagnóstico e o início do tratamento.
A medição da pressão arterial é uma das medidas mais simples e eficazes para prevenir complicações cardiovasculares. “Hoje, com os avanços da tecnologia, é possível monitorar a pressão em casa com segurança e precisão”, explica Pedro Henrique Abreu, da G-TECH.A recomendação é utilizar equipamentos certificados e calibrados, além de seguir corretamente as instruções de uso. Existem modelos com detecção de arritmias, conectividade com aplicativos e funções que ajudam na organização do histórico de medições.Apesar de todos os avanços na medicina e na tecnologia, especialistas são unânimes: nenhum equipamento substitui hábitos saudáveis.
Manter uma rotina de exercícios físicos, alimentação equilibrada, noites bem dormidas, controle do estresse e visitas regulares ao médico ainda são as formas mais eficazes de manter o coração saudável.Neste Dia Mundial do Coração, a mensagem é clara: a prevenção salva vidas — inclusive nas segundas-feiras.
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