Uma das mulheres envolvidas na morte de um idoso com uma feijoada envenenada confessou à polícia ter matado 10 cachorros com chumbinho para testar o efeito do veneno. Segundo as investigações, Ana Paula Veloso viajou de Guarulhos para o Rio após ser contratada pela filha de Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, para cometar o crime.
O delegado que investiga o caso, Halisson Ideiao, explicou que agentes encontraram um agrotóxico um pouco mais leve que chumbinho na residência de Ana Paula Veloso, definida por ele como "psicopata" e "serial killer". Halisson afirma que Ana Paula testou a substância por ter conhecimento na área da saúde.
“Ela confessa que chegou a matar 10 cachorros com esse veneno testando o método, o tempo. Ela sabia exatamente quanto tempo, a dosagem, o que ia acontecer com as pessoas que consumiam aquilo que era oferecido por ela”, afirmou Halisson.
A polícia vê ligação entre o homicídio ocorrido na Baixada Fluminense e outras três mortes por envenenamento registradas em Guarulhos (SP).
Ao g1, o delegado afirmou que a polícia de São Paulo também investiga a participação de Roberta, irmã gêmea de Ana Paula.
O delegado afirmou que Michele Paiva da Silva, filha de Neil, financiou a vinda de Ana Paula Veloso de Guarulhos para o Rio para executar o plano para matá-lo. Ambas estão presas — Michele foi detida nesta terça-feira (7).
“Ana Paula Veloso foi até a nossa delegacia por causa de um suposto bolo envenenado dentro de uma faculdade. Ela colocou esse suposto bolo envenenado para tentar incriminar uma terceira pessoa. Por este inquérito, chegamos à conclusão de que Ana Paula não era vítima nesse caso, mas sim uma serial killer”, declarou.
“Ana Paula matou 4 pessoas envenenadas, entre elas o Neil, a mando da Michelle”, disse o delegado.
Exumação
A Polícia Civil do RJ iniciou nesta quinta-feira (9), no Cemitério Memorial do Rio, em Cordovil, Zona Norte da capital, a exumação do corpo de Neil, morto em abril. O exame é necessário para descobrir se houve envenenamento.
Neil morreu no Hospital Adão Pereira Nunes, na Baixada Fluminense, horas depois de consumir a feijoada.
A polícia suspeita de envenenamento, embora a certidão de óbito do aposentado aponte como causa da morte insuficiência respiratória aguda, cetoacidose diabética, parada cardiorrespiratória e crise convulsiva.
Segundo a polícia, as investigações demonstraram conexão entre a morte ocorrida na Baixada Fluminense e outros 3 envenenamentos em Guarulhos (SP), todos atribuídos a Michele e Ana Paula.
Ao jornal ‘O Globo’, o delegado Renato Martins, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), explicou que já investigava a morte suspeita do aposentado, após a denúncia feita por uma testemunha, quando a polícia paulista procurou a especializada para informar que Ana Paula havia sido presa.
Ana foi denunciada pelo Ministério Público de São Paulo por outras mortes relacionadas a envenenamento.
Segundo as investigações, Michele e Ana Paula estavam na companhia do aposentado, no interior da residência dele, em Duque de Caxias, quando o idoso passou mal, após comer uma feijoada.
Uma quebra de sigilo telefônico, autorizada pela Justiça, revelou que no celular usado por Ana havia conversas das duas mulheres.
Segundo a polícia, uma das mensagens falava sobre a hipótese de o pai de Michele ser envenenado com uma feijoada. Conforme as investigações, pai e filha não mantinham um bom relacionamento.
A estudante foi detida após ter tido a prisão temporária decretada pela Justiça de São Paulo. Informalmente, ela negou o crime, e chorou ao chegar na delegacia.
Comentários: