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Quarta-feira, 26 de Marco de 2025

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Governo Trump tira status de proteção a venezuelanos: ‘sacos de lixo’, afirma secretária

Secretária atacou imigrantes com termos preconceituosos durante entrevista à Fox News

Benê Barbosa
Por Benê Barbosa
Governo Trump tira status de proteção a venezuelanos: ‘sacos de lixo’, afirma secretária
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O governo de Donald Trump revogou, nesta quarta-feira (29), uma extensão do Status de Proteção Temporária (TPS) para venezuelanos determinada por Joe Biden pouco antes de deixar o cargo, a qual permite que mais de 600 mil pessoas vivam e trabalhem nos Estados Unidos.

“O povo deste país quer esses sacos de lixo fora. Eles querem que suas comunidades estejam seguras”, disse a secretária do Departamento de Segurança Interna (DHS), Kristi Noem, ao anunciar a decisão na Fox News.

“Interrompemos isso. Hoje assinamos uma ordem executiva” no DHS estipulando que “não íamos seguir com o que ele fez para amarrar nossas mãos”, complementou, referindo-se ao eu antecessor, Alejandro Mayorkas.

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“Supunha que poderiam ficar aqui e violar nossas leis por mais 18 meses”, mas “vamos seguir o processo e avaliar todos esses indivíduos que estão em nosso país”, insistiu.

Em 10 de janeiro, dia da posse presidencial de Nicolás Maduro em Caracas, a administração democrata prolongou o TPS por 18 meses para os venezuelanos, de 3 de abril de 2025 a 2 de outubro de 2026, “devido à grave emergência humanitária que o país continua enfrentando devido às crises políticas e econômicas sob o regime desumano” do governante chavista.

O TPS é um programa estabelecido pelo Congresso para cidadãos estrangeiros que não podem retornar de forma segura ao seu país devido a desastres naturais, conflitos armados ou outras condições extraordinárias.

De acordo com o Pew Research Center, havia 1,2 milhão de pessoas elegíveis para o TPS ou que já haviam se beneficiado do programa até março de 2024, sendo os venezuelanos o grupo mais numeroso.

Assim que assumiu o cargo, há pouco mais de uma semana, Trump declarou emergência nacional na fronteira com o México e começou a destruir o legado de Biden em todos os setores com uma série de decretos.

O republicano acabou com a permissão de permanência temporária concedida a migrantes de Venezuela, Cuba, Haiti e Nicarágua que tenham um patrocinador nos Estados Unidos, além de desativar o aplicativo CBP One, que permitia agendar uma entrevista com as autoridades para entrar legalmente.

Trump também reativou o programa “Fique no México”, implementado em seu primeiro mandato (2017-2021), no âmbito do qual os migrantes aguardam o desfecho do processo migratório do outro lado da fronteira.

O republicano ordenou operações de busca de migrantes, alguns dos quais foram enviados algemados em aeronaves militares, o que gerou tensões diplomáticas com vários países, como Brasil e Colômbia.

Retórica anti-imigração

Trump prometeu expulsar primeiro os migrantes em situação irregular com antecedentes criminais, mas na terça-feira, em sua primeira coletiva de imprensa na Casa Branca, a porta-voz Karoline Leavitt afirmou que o governo considera “criminoso” qualquer pessoa que tenha entrado “ilegalmente nos Estados Unidos”.

Muitos desses migrantes são latino-americanos que fugiram da pobreza e da violência.

As organizações de defesa dos migrantes e os democratas protestaram, mas Noem os acusa de querer proteger as gangues.

“Estão completamente desconectados das pessoas de suas cidades e comunidades”, afirmou à Fox.

“O que esses líderes democratas estão dizendo é ‘queremos proteger os cartéis, queremos proteger as gangues, queremos garantir que as pessoas continuem morrendo por armas, violência e drogas’”, declarou, em linha com a retórica anti-imigração que caracterizou toda a campanha eleitoral de Trump.

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