O Irã sinalizou ter avançado em seu programa nuclear, e disse ter “capacidade técnica” para produzir uma bomba atômica. A revelação foi feita nesta sexta-feira (1º/11) pelo chefe do Conselho Estratégico de Relações Exteriores do país, Kamal Kharrazi, ao jornal libanês Al Mayadeen, pró-Hezbollah.
Durante a conversa, o ex-chanceler iraniano entre 1997 e 2005, comentou sobre o aumento da temperatura no Oriente Médio, a escalada de tensão com Israel.
De acordo com Kharrazi, o lado iraniano não se interessa em uma expansão da guerra, com um provável confronto direto com o país comandado por Benjamin Netanyahu. No entanto, afirmou que o Irã está pronto para o conflito e pode mudar sua política nuclear.
Ainda cercado de mistérios, Kharrazi sinalizou que o Irã avançou no seu programa nuclear, apesar de oficialmente o regime iraniano não admitir estar trabalhando na produção de uma arma de destruição em massa.
“Se o Irã enfrentar uma ameaça existencial, reconsideraremos a nossa política nuclear”, disse o chefe do Conselho Estratégico de Relações Exteriores do Irã. “Está opção está em cima da mesa, e possuímos atualmente a capacidade técnica para produzir armas nuclear e não enfrentamos problemas a este respeito.”
Kharrazi afirmou que a única coisa que separa o Irã de bomba atômica é a ordem do líder do país, aiatolá Ali Khamenei.
“A única coisa que nos impede é o decreto religioso do líder da revolução”, afirmou o ex-chanceler do Irã.
Instalações são alvos
Apesar de o último ataque de Israel contra o Irã, no último 25 de outubro, não ter atingido instalações nucleares ou causado danos mais severos ao território iraniano, Benjamin Netanyahu afirmou que a prioridade do exército israelense é parar o programa nuclear da teocracia persa.
“O objetivo mais elevado que estabeleci para as Forças de Defesa de Israel e as forças de segurança é impedir que o Irã obtenha armas nucleares”, declarou Netanyahu durante uma formatura de novos oficias israelenses. “Parar o programa nuclear continua a ser uma prioridade das nossas mentes. Não retirei, não retiramos e não tiraremos os olhos deste objetivo”, disse o primeiro-ministro de Israel nessa quinta-feira (30/10).
Antes da operação da última sexta-feira, havia o temor de que a retaliação israelense aos bombardeios iranianos de 1º de outubro tivesse como alvo instalações nucleares do Irã.
Aliados de Israel, no entanto, demonstraram ser contrários a ação, que acabou não acontecendo.
Comentários: